Contar e ouvir histórias são atividades das mais antigas do homem. Difícil é encontrar uma pessoa que não se interessa, não deixa envolver-se intensamente pelo desenrolar de uma história bem contada. Estas atividades passam a ser compreendidas como um jogo em que se têm um ritual de pegar um livro, narrar uma história, desenvolver um enredo, procurar estratégias (como movimentos, entonação de voz, mudança de fisionomia...) para atrair o interlocutor em um momento único de prazer e esquecimento da vida cotidiano.
Há um célebre exemplo na literatura mundial em que, durante mil e uma noites, Xerazade, se salva da morte e conquista o coração do sultão, contando histórias. Ela usa uma bela estratégia para o seu jogo: interrompia a história em momentos tidos como suspense, a fim de motivar a curiosidade do sultão.
Nesse intercâmbio em que alguém fala e outro alguém deixa a imaginação fluir, surge a idéia de trabalhar a literatura infantil brasileira como ajuda na cura. Sabe-se que o homem se move entre palavras, ora fortalecendo, ora atenuando o seu dia-a-dia. E é essa a proposta desse trabalho: aliviar momentos de angústia e, se possível, de dor às crianças que estejam internadas ou momentaneamente retidas em alas hospitalares.
Acredita-se que diante do poder criador e imaginativo que a literatura infantil proporciona, pode-se substituir objetos de conflito por objetos de prazer e assim compensar o sofrimento pelo qual a criança esteja passando.
O caminho a ser percorrido começa com uma análise cuidadosa da produção literária infantil brasileira, em circulação desde o fim do século passado. Depois, agrupar os textos em grandes ciclos, delineados de acordo com a situação em que se trabalhará com a criança, por exemplo, textos longos para crianças que ficarão internadas, textos curtos para as que estão apenas esperando um atendimento ou fazendo um tratamento breve... Serão privilegiados os internamentos, pois a proposta é auxiliar a evolução do quadro clínico de forma a acelerar a recuperação infantil.
Como estratégia para chamar a atenção da criança, o fenômeno lúdico se apoiará nas mais diversas formas. É o caso, por exemplo, da ilustração. Se se acreditar na qualidade e valor dos desenhos como elementos para reforçar a história, fica evidente a importância da ilustração nas obras a eles dirigidas.
Um segundo objetivo deste trabalho, é despertar a atração pela leitura. O livro pode exercer uma experiência benigna a ponto de criar hoje pequenos leitores e, amanhã adolescentes com hábito de ler por prazer e não por imposição da escola.
Também é considerada a possibilidade da realização desse projeto com a ajuda de acadêmicos do curso de letras, dentro da disciplina de literatura infantil, fornecendo assim uma nova forma de se estudar e utilizar essa literatura. Pois, o próprio Monteiro Lobato, em Reinações de Narizinho, mostra o desgosto em que está Dona Carochinha sobre os personagens das histórias: “(...) tenho notado que muitos dos personagens das minhas histórias já andam aborrecidos de viverem toda a vida presos dentro delas. Querem novidades. Falam de correr o mundo a fim de se meterem em novas aventuras (...) Andam todos revoltados, dando-me um trabalhão para contê-los.”
Seria essa uma forma de conter e evitar uma “fuga em massa”, resgatando assim o valor inimitável da literatura infantil brasileira?
Fica aqui a proposta.
Há um célebre exemplo na literatura mundial em que, durante mil e uma noites, Xerazade, se salva da morte e conquista o coração do sultão, contando histórias. Ela usa uma bela estratégia para o seu jogo: interrompia a história em momentos tidos como suspense, a fim de motivar a curiosidade do sultão.
Nesse intercâmbio em que alguém fala e outro alguém deixa a imaginação fluir, surge a idéia de trabalhar a literatura infantil brasileira como ajuda na cura. Sabe-se que o homem se move entre palavras, ora fortalecendo, ora atenuando o seu dia-a-dia. E é essa a proposta desse trabalho: aliviar momentos de angústia e, se possível, de dor às crianças que estejam internadas ou momentaneamente retidas em alas hospitalares.
Acredita-se que diante do poder criador e imaginativo que a literatura infantil proporciona, pode-se substituir objetos de conflito por objetos de prazer e assim compensar o sofrimento pelo qual a criança esteja passando.
O caminho a ser percorrido começa com uma análise cuidadosa da produção literária infantil brasileira, em circulação desde o fim do século passado. Depois, agrupar os textos em grandes ciclos, delineados de acordo com a situação em que se trabalhará com a criança, por exemplo, textos longos para crianças que ficarão internadas, textos curtos para as que estão apenas esperando um atendimento ou fazendo um tratamento breve... Serão privilegiados os internamentos, pois a proposta é auxiliar a evolução do quadro clínico de forma a acelerar a recuperação infantil.
Como estratégia para chamar a atenção da criança, o fenômeno lúdico se apoiará nas mais diversas formas. É o caso, por exemplo, da ilustração. Se se acreditar na qualidade e valor dos desenhos como elementos para reforçar a história, fica evidente a importância da ilustração nas obras a eles dirigidas.
Um segundo objetivo deste trabalho, é despertar a atração pela leitura. O livro pode exercer uma experiência benigna a ponto de criar hoje pequenos leitores e, amanhã adolescentes com hábito de ler por prazer e não por imposição da escola.
Também é considerada a possibilidade da realização desse projeto com a ajuda de acadêmicos do curso de letras, dentro da disciplina de literatura infantil, fornecendo assim uma nova forma de se estudar e utilizar essa literatura. Pois, o próprio Monteiro Lobato, em Reinações de Narizinho, mostra o desgosto em que está Dona Carochinha sobre os personagens das histórias: “(...) tenho notado que muitos dos personagens das minhas histórias já andam aborrecidos de viverem toda a vida presos dentro delas. Querem novidades. Falam de correr o mundo a fim de se meterem em novas aventuras (...) Andam todos revoltados, dando-me um trabalhão para contê-los.”
Seria essa uma forma de conter e evitar uma “fuga em massa”, resgatando assim o valor inimitável da literatura infantil brasileira?
Fica aqui a proposta.
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