Esquecida das juras de amor, ela se fora rompendo o noivado. E de um dia para o outro ele vira desaparecer seus destino, o único que havia querido, junto dela. Adiante, nada havia. A não ser o desejo de vingança que sentia nascer em si, e lentamente mergulhar raízes ancoradas nas lembranças. Desejo este que, mortos todos os outros sentimentos, bem poderia alimentar uma vida.Com a singeleza de um monge caminhou pelos campos, até encontrar o rio. Ali postou-se. E envolto num manto, preparou-se para a espera do dia em que, carregado pelas águas, passasse enfim o cadáver da mulher.Notícias dela lhe chegavam de tempo em tempo, trazidas por viajantes. Casara, tivera filhos, em seu quintal crescia uma buganvília roxa. Um dia soube que o marido a havia trocado por outra. Pensou que talvez não resistisse ao sofrimento. E inquietou-se na margem, esperando vê-la surgir. Mas ela não veio naquelas águas, nem nas águas mais turvas que desciam depois das chuvas de inverno. E o rio havia percorrido várias vezes seu comprimento, quando vieram lhe contar que o filho dela havia sido condecorado na guerra, e já tinha também seus próprios filhos.Constante, sem desgaste ou velhice, renovava-se o fluxo, enquanto ele sentia a umidade infiltrar-se em seu corpo, aquela mesma água correndo nos ossos, encharcando as mucosas, liquefazendo aos poucos sua resistência. Rosto encovado, gestos inseguros, ainda se aproximava porém dos peixes, entre seixos e juncos, na época das secas. Mas foi durante a enchente, quando chapinhando na lama se sentia mais fraco e cansado, que de repente, na bruma da manhã, um corpo surgiu boiando na curva do rio.Pela primeira vez desejou apressar corrente. Vem! Vem! suplicava todo o seu ser pretendido, acesas as últimas forças. E debruçado sobre a margem, aguçou o olhar para ver aquela que há tanto esperava. Mas debaixo do manto que o envolvia, o corpo não era de mulher. E entre cabelos e barbas brancas viu com o espanto o rosto de um ancião, o seu próprio rosto que flutuava de olhos fechados, levado pela água escura.
Como escrever um comentário interpretativo-crítico? Primeiramente devemos considerar as partes que compõem o gênero: Comentar significa escrever sobre algo que se leu, interpretar é retirar a ideia base e o tema do texto original e criticar é analisar baseado em argumentos sobre a temática. É de bom tom que se faça um apresentação inicial do texto-base ou charge (comum na Unioeste), introduzir o tema para situar o leitor, após a introdução, escreve-se dois parágrafos de argumentos que sustentem a problemática apontada no texto, de que forma o autor tratou o tema, é relevante para a sociedade? Na conclusão aponta-se caminhos para a solução e reflexões pessoais fundamentadas. Neste gênero, diferentemente do artigo de opinião, o tema não está claro e precisa ser interpretado pelo comentarista. Deve-se levar em consideração as seguintes perguntas: i) O que é que o texto diz? ii)Como o texto diz? iii) O que o texto me diz? Faça uma análise crítica inicial do texto base, apresente-o ao leit
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